A Fotografia de Arquitetura e uma história de Richard Meier

Apesar dos clientes habituais serem arquitetos e decoradores que utilizam os profissionais com esse expertise para valorizar e mostrar todo o potencial de suas criações, a fotografia de arquitetura também serve aos propósitos de indústrias, construtoras, imobiliárias, proprietários de residências que pedem o “antes e depois” de uma reforma ou construção e proprietários que utilizarão as fotos para auxiliar no processo de venda do imóvel.
Se na publicidade um projeto fotógrafico adequado faz com que o produto seja melhor percebido ampliando o seu potêncial de venda, isso também acontece com residências, espaços internos e externos, que, se bem fotografados, farão a obra ou projeto de decoração ganharem destaque.
A fotografia de arquitetura vai muito além do simples registro da obra. Ela busca, em conjunto com arquitetos e decoradores, perpetuar todo seu esforço, inspiração, sangue, suor e lágrimas que rolaram do briefing inicial à finalização da projeto.
Na fotografia da arquitetura em si, aquela onde o foco é a edificação e não a decoração, importa ressaltar o que o arquiteto vê de especial nesse projeto. Muitas vezes a visão do fotógrafo de arquitetura complementa o do arquiteto e vice-versa. É um trabalho simbiótico, apesar de caber ao fotógrafo a função da melhor abordagem sobre o tema.
Para decoradores a simbióse é a mesma, mas o enfoque é o trabalho de decoração e de iluminação do local. Isso não significa que a arquitetura será negligenciada pelo fotógrafo que está trabalhando para um decorador. Pelo contrário. Cabe ao fotógrafo, pelo conhecimento estético que possui, fazer uso da arquitetura para valorizar a decoração e vice-versa.
Fotografia de arquitetura é tradução. Traduz o conceito, a ideia do criador em imagens.
Para Richard Meier Photographing architecture is more than art
“Lembro-me que a Smith House estava finalizada e um dos jornais de Londres, não me lembro de qual deles, mas era para um artigo na seção de revista de domingo. Eles pediram a um fotógrafo que eu conhecia, não o conhecia muito bem, mas eu o conhecia, chamado René Burri para subir e fotografar, tirar fotos da casa para o jornal.
Então eu subi. Foi um dia de outono e nós fomos lá. Foi um lindo dia de outono. As cores das folhas ao redor estavam apenas mudando e ele estava de pé, preparando-se para tirar uma fotografia da casa. E as pessoas que moravam ao lado estavam queimando folhas e havia fumaça proveniente do fogo das folhas envolvendo a casa. Eu disse, bem, espere René, não podemos fotografar... Oh, isso é perfeito, isso é perfeito. É como em Londres!
Ele adorou e então, de alguma forma, pegou um ramo que estava no chão, e o abraçou na frente da câmera e estava fotografando. Eu disse, essa não é a melhor forma de olhar para a arquitetura. Eu disse, ele é um amigo meu, ei, tire esse ramo daqui!! Então eu disse, olha, eu preciso de alguém que entenda arquitetura, e não apenas o que está fazendo, você sabe, fotos bonitas. E eu pensei... Ezra Stoller, que eu conhecia e respeitava, parecia ser o melhor. Eu quero alguém que apenas olhe para o prédio e descubra, você sabe, como se mostra isso? E foi assim que cheguei ao Ezra...”.